Taking criminal law seriously: the institutionalization of fear as fuel for an illegitimate expansion and transformation of criminal norms
DOI:
https://doi.org/10.55892/jrg.v8i19.2684Keywords:
Criminal Law, Expansion, Fear, Postmodern, Ultima RatioAbstract
This article analyzes fear as a generator of the feeling of insecurity in postmodern society, particularly its institutionalization as a driving force behind popular demands and the legitimization of the expansion of Criminal Law. Initially, it is demonstrated that the fear experienced is, as a rule, not justifiable by concrete data, as it does not directly correlate with an actual increase in crime rates since crime statistics have remained stable and, in some cases, have even decreased in recent years. Subsequently, the article addresses several factors contributing to the feeling of insecurity, such as politics and the media, exemplified by discourses against terrorism and immigration. Finally, the need to conceive Criminal Law as a measure of last resort (ultima ratio) is emphasized, reaffirming the paradigm of its functional role. In conclusion, the article highlights the risks of the current expansion process of Criminal Law, which is based on fear produced by various factors (other than the actual rise in crime), and which has been used to address social issues that should lie outside the scope of criminal legislation.
Downloads
References
ANDRADE, Roberta Lofrano. CALLEGARI, André Luís. Sociedade do risco e direito penal. In: Direito Penal e Globalização. Sociedade de Risco, Imigração Irregular e Justiça Restaurativa. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2011.
BAUMAN, Zygmunt. Medo líquido. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das penas. São Paulo: Hunter Bookss, 2012.
BECK, Ulrich. Sociedade do risco: rumo a uma outra modernidade. Tradução de Sebastião Nascimento. São Paulo: Ed. 34, 2010.
BITENCOURT, Cézar Roberto. Tratado de Direito Penal: Parte Geral. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
BRUNO, Aníbal. Direito Penal: parte geral. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1967.
CALLEGARI, André Luís. WERMUTH, Maiquel Ângelo Dezordi. “Deu no jornal”: Notas sobre a contribuição da mídia para a (ir)racionalidade da produção legislativa no bojo do processo de expansão do Direito Penal. Ibccrim. Revista n. 2: Setembro-Dezembro de 2009. Disponível em: http://www.ibccrim.org.br/revista_liberdades_artigo/18-ARTIGO. Acesso em 21 set. 2015.
_____. WERMUTH, Maiquel Ângelo Dezordi. Sistema Penal e Política Criminal. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2010.
_____. Terrorista: um discurso sobre o Direito penal de exceção. In: STRECK, Lenio Luiz; ROCHA, Leonel Severo; ENGELMANN, Wilson (Org.). Constituição, Sistemas Sociais e Hermenêutica: anuário do programa de Pós-Graduação em Direito da UNISINOS: mestrado e doutorado: n. 9. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora; São Leopoldo: UNISINOS, 2012.
_____. Teoria geral do delito e imputação objetiva. São Paulo: Atlas, 2014.
_____. LINHARES, Raul Marques. O combate ao terrorismo e a expansão do Direito Penal. Revista de Direito da PUCRS, v. 40, n. 2 (2014). Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fadir/article/view/17320/1114. Acesso em: 20 SET. 2015.
CORNELLI, Roberto. Miedo, Criminalidad y Orden. Buenos Aires: B de F, 2012.
DE GIORGI, Raffaele. Direito, Democracia e Risco: vínculos com o futuro. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris, 1998.
DÍEZ RIPOLLÉS, José Luis. La política criminal en la encrucijada. Buenos Aires: B de F, 2007.
DONINI, Massimo. El Derecho Penal frente a los desafíos de la modernidad. Lima, Perú: ARA Editores, 2010.
FERRAJOLI, Luigi. Direito e razão: teoria do garantismo penal. 3ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010.
HUSAK, Douglas. Sobrecriminalización. Los límites del Derecho penal. Madrid: Marcial Pons, 2013.
JAKOBS, Günther; CANCIO MELIÁ, Manuel. Direito penal do inimigo: noções e críticas. Organização e tradução de André Luís Callegari e Nereu José Giacomolli. 6. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2012.
KINDHÄUSER, Urs. Pena, bem jurídico-penal e proteção de bens jurídicos. Trad. de Beatriz Corrêa Camargo. Revista Brasileira de Ciências Criminais – RBCCrim, a. 20, v. 95, p. 94, mar./abr. 2012.
MARTIN, Luís Gracia. Prolegômenos para a luta pela modernização e expansão do direito penal e para a crítica do discurso de resistência. Trad. de Érica Mendes de Carvalho. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris, 2005.
ROXIN, Claus. Derecho Penal. Parte General. Tomo I. Fundamentos. La Estructura de la Teoría Del Delito. Traducción y notas Diego-Manuel Luzón Pena, Miguel Diaz y Garcia Conlledo e Javier de Vicente Remesal. Madrid: Civitas, 1997.
SENDEREY, Israel Drapkin. Imprensa e criminalidade. Tradução de Ester Kosovski. São Paulo: José Bushatsky Editor, 1983.
SILVA SÁNCHEZ, Jesús-María. A expansão do Direito Penal nas sociedades pós-industriais. 2. ed. Trad. de Luiz Otavio de Oliveira Rocha. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011.
STRECK, Lenio Luiz. Crime e sociedade estamental do Brasil: de como la ley es como la sierpente; solo pica a los descalzos. Cadernos IUH ideais. Ano 10, nº 178, São Leopoldo: Unisinos, 2012.
_____.Tribunal do Júri: símbolos e rituais. 4 ed. rev. e mod. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2001.
WAINBERG, Jacques A. Mídia e terror: comunicação e violência política. São Paulo: Paulus, 2005.
WERMUTH, Maiquel Ângelo Dezordi. Mixofobia: a construção dos imigrantes ilegais como “sujeitos de risco” e o tratamento jurídico-penal da imigração irregular na União Europeia como retrocesso rumo a um modelo de Direito Penal de autor. In: CALLEGARI, André Luís (Org.). Direito Penal e Globalização: sociedade de risco, imigração e justiça restaurativa. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2011.
ZAFFARONI, Eugênio Raúl. O inimigo no direito penal. 3. ed. Trad. de Sérgio Lamarão. Rio de Janeiro: Revan, 2011.






































